quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sentimento Sem Fim

Ontem à noite, Carter resolveu assistir a um filme que, com certeza, a maioria dos apaixonados por cinema deve conhecer. Trata-se de "História sem fim". Antigo, não? Mas com um charme que só filmes que marcaram época possuem.
Depois de reviver momentos de sua infância, ele ficou imaginando como seria bom poder ter um livro daquele. Poder fazer parte das histórias que ele conta. Poder ter um amigo como Fuchur e sair voando por aí. Pousar no alto de uma montanha e descansar, olhando toda a paisagem.
O melhor de escrever uma redação é isso. Poder participar como observador ativo das histórias que são escritas. A idéia do filme é tão fantástica para ele que, mesmo depois de tanto tempo, ela se mantém atual em sua memória.
Bastian Balthazar pode ser qualquer um que lê um livro e lembra de sua história mesmo depois de algum tempo. Pode ser uma pessoa que aprende os ensinamentos dados por um escritor que sabe usar sua imaginação. Pode ser uma pessoa que apenas viaja com os cenários descritos pelo mesmo, e se imagina sendo aquele personagem ali descrito.
Carter fica impressionado com a habilidade do autor daquela história, pois sabe o que ele fazia quando escreveu aquilo tudo. Ele apenas parou para ouvir sua imaginação. A criatividade é fruto dessa atitude. Parar e ouvir a si mesmo, sem forçar nada. Você não cria nada forçando e dizendo "Anda, inventa algo, inventa". Todas as maiores criações já concebidas pela humanidade surgiram de momentos em que o criador percebeu detalhes que o inspiraram, como Einstein com seus estudos sobre a gravidade após ver uma maçã caindo de uma árvore.
O talento vem da capacidade de perceber detalhes que todos deveriam possuir. Caso não possuam, ao menos devem tentar melhorar e qualificar sua percepção.
A idéia que o filme traz é exatamente essa: o uso da imaginação como fator de potencialização da criatividade que todos possuímos. Ele o fez. E concebeu uma história de fantasia que nos causa uma nostalgia extrema, quando a revemos e percebemos o passado glorioso que temos em mãos.
O melhor é saber, de acordo com Carter, que, ao sentir essa sensação maravilhosa, notamos a presença daquela parte infantil que todas as almas possuem, mas que muitos corpos não demonstram.
Carter se via como um garotinho assistindo às cenas interpretadas por Bastian e Fuchur, imaginando como seria viver aquela realidade, participar daqueles momentos de aventura e fantasia. Talvez ele concorde que seja apenas um modo de esquecer a realidade que somos forçados a viver, aproveitando cada segundo das realidades que temos o previlégio de escolher.
Experimentar reviver momentos que nos faziam sorrir quando éramos pequenos é dar valor à nossa personalidade, dar valor a quem somos, pois não começamos a construir uma casa pelo teto. Ter uma base que nos causa nostalgia, que de acordo com Carter é um sentimento bom, é saber que o nosso futuro será construído em cima de vigas e paredes firmes.
E a quarta-feira se inicia com aquele leve e importante sentimento de nostalgia que deveria ser levado em consideração por mais pessoas.

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