Eles se encontram. O abraço combinado dias antes acontece de uma forma que parecia não ter sido desenhada préviamente. A respiração da garota fica alternada entre ofegante, e aliviada. Ofegante por perceber que teu corpo não quer sair dali. Aliviada por saber que sua mente compartilha a mesma vontade. Ele imagina como mantê-la ali, estasiada, sem esquecer que precisa deixá-la respirar para que possa analisar e perceber que aquilo que acabara de acontecer foi maravilhoso.
E ele o faz. Ela o olha profundamente. Ele retribui.
Os dois haviam combinado de se encontrar para descarregar aquela vontade acumulada no decorrer de suas conversas por telefone e pela internet. O engraçado é que os dois costumavam descrever a cena do dia H. Como ela reagiria, o que ele faria. Detalhes que só fazem enriquecer o momento em sua prática.
Os dois, que antes só se conheciam por sons e imagens imóveis, agora se vêem ali, livres para sentirem o olhar, a respiração, o toque um do outro. Não perdem tempo. O beijo vem sem aviso. Os olhos dela se fecham e deixam que a mente idealize a sensação e a reação oposta. O abraço tenta torná-los uma pessoa só.
O desejo dela aumenta cada vez mais. Os dois percebem que chega o horário de assistirem o filme escolhido como "Mc Guffin" para o encontro dos dois. Eles dão uma pausa, respiram, soltam aquele sorriso do tipo "Nossa, quase perdemos a noção do tempo".
Se sentam no canto da sala. O filme começa. Mas, como era de se esperar, os dois decidem fazer sua própria arte. A boca da garota pede para que a dele a toque. O beijo volta a arrepiar ambos.
Ele beija seu pescoço, atitude que a deixa, como ela gosta de dizer, flutuando.
O prazer que ele sente vem da certeza de que ela está sentindo prazer.
Ela não nega que ele conseguiu alcançar esse objetivo.
O beijo se torna envolvente. Ela sente aquele frio na barriga que sobe à medida em que ele demonstra mais ainda a sua vontade de estar ali, fazendo aquilo. Ela tenta dizer alguma coisa, mas sempre decide, de última hora, respirar fundo e curtir mais um pouco aquilo tudo. Quando finalmente ele deixa seu pescoço respirar um pouco, suas palavras são silenciadas por um novo beijo, que, agora, envolve seus lábios, fazendo-a suar de desejo.
Se os perguntassem como é o tal filme, eles responderiam: "É bom". Apenas isso. Sem dizer que estavam se referindo à cena que protagonizaram intimimamente.
Ela adora morder os lábios do rapaz. Ele adora retribuir esse favor.Ela o toca, o arranha. Ele sente a dor, mas não reclama. Mostra que o beijo da garota realmente surpreendeu suas expectativas. Sente que o seu fez a mesma coisa por ela.
O tempo passa. Eles se abraçam e tentam acompanhar a história do filme. Mas confessam não estarem interessados no mesmo.
Infelizmente, o prazer tem horário marcado para acabar. Eles se dirigem à saída sorrindo. O rapaz pergunta: "Aproveitaram bastante o filme, pessoal?". Ambos, em coro, dizem: "E poderia ser diferente?".
Cada um se dirige à sua casa imaginando como aquilo havia sido bom. Um beijo não é apenas uma palavra que nos lembra algo bom. Um beijo é o início de tudo. É a gota d'água para que o desejo tome conta de dois corpos. Com língua, sem, apenas um selinho. Não importa.
Esse sempre será o símbolo dos apaixonados, dos amantes, dos escravos do desejo.
Caótico e maravilhoso. Em suas variadas formas, o beijo é a fusão de dois corpos, e Carter compartilha dessa mesma opinião, pois ficou maravilhado em saber que mais alguém sabe descrever as sensações que um belo e atraente beijo trazem.
Afinal, quem não concorda que essa é a rotina do mesmo?
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