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O que tudo isso é? De onde tudo veio e para onde vai? Isso realmente era pra acontecer comigo? Mas qual o motivo?
Perguntas como essas intrigam a mente daqueles que pedem um tempo da frenética e necessária vida em sociedade para poder entrar nas edificações, vias e becos encontrados na existência humana.
Existem aqueles que apostam todas as suas fichas na idéia de que tudo existe por um motivo, por um propósito, como se um arquiteto houvesse projetado cada movimento desse complexo e instigante espaço chamado universo. Há também os que acreditam que trata-se da famosa coinscidência. Aquela que diz que tudo não passa de acaso, pois a mensagem que você encontrou ali poderia ter sido encontrada por qualquer um e só caiu nas suas mãos porque você estáva no momento certo e no lugar certo.
Aristóteles, Sócrates, Platão, Demócrito. São deles os argumentos que rebatem essa segunda opção. Para eles, aceitar que tudo acontece sem um motivo em especial é querer dizer que a vida existe apenas porque não poderia ser diferente. Isso é vago. A sede que tinham de conhecimento não era explicada apenas com um gole de água salgada como essa explicação metaforicamente pode ser encarada.
Somos regidos por uma divindade ou por povos de outras galáxias? Somos experimentos realizados por eles ou criações divinas de algo ou alguém que realmente tem esse dom?
O fato é que, mesmo sendo experiências ou divindades, temos nosso próprio dom em mãos: o dom de questionar tudo isso, pois como já dizia um grande pensador da história "aquele que não questiona a vida não é digno de vivê-la".
A arte de pensar já foi mais trabalhada. Na época dos pensadores supracitados, toda atitude era pensada para que a ordem da "maioria tem sempre razão" não fosse acatada. A maioria pode ter uma opinião que não é a correta. É preciso pensar, usar a imaginação para idealizar situações que nos mostrem como tudo aconteceria caso nossa opinião fosse a verdadeira. O cérebro humano é como qualquer planeta do sistema solar. Explorá-lo por completo pode demorar por muito tempo, isso se realmente conseguirmos um dia. Talvez a única habilidade que necessitamos dele seja essa, a qual essas palavras se referem nesse momento.
A sociedade precisa reavaliar seus conceitos, parar de andar no piloto automático. Vários seres humanos já provaram que podem ser surpreendentes sem que isso seja algo catastrófico. Todos eles sabiam da força da única arma que realmente temos a capacidade de controlar e só não o fazemos por conta de vícios que vêm consumindo a humanidade aos poucos.
Acordar todas as manhãs e questionar tudo que lhe aconteceu no dia anterior tentando entender tudo que irá acontecer a partir dali é perceber que podemos não ter todas as respostas, mas podemos sim encontrar algumas, e uma delas já nos dá uma certeza que por si só tem uma força enorme quando assimilada por completo: a de que só podemos contar e acreditar uns nos outros.