domingo, 29 de março de 2009

Lavando o rosto, enxugando a alma...

" Hoje acordei um pouco incomodado. São coisas que... não sei, não me fazem bem, entende?
Quando fui pegar um copo de leite, vi que havia deixado algumas folhas em branco espalhadas sobre mesa. Eu havia tentando escrever antes de dormir, mas acabei não conseguindo. Acho que ainda não estava incomodado o bastante.
Minha vida está normal. Não ache que é por querer reclamar dela que estou aqui, te escrevendo. Minha vontade é apenas de me expressar um pouco. Torcer para que você leia, para que me entenda ou até para que discorde comigo. Apenas me faz bem ouvir ou ler idéias bem construídas um pouco. Estou torcendo para que elas cheguem até mim.
Sabe, ontem estava assistindo televisão com algumas pessoas da minha família. Em certo momento, comecei a observá-las. Estavam olhando fixamente para a tela. Pareciam obcecados pelo que passava. Obcecados em esperar alguma resposta, algo que os fizesse sorrir. O sorriso veio, e com ele, me veio o peso por ser o único que não tem os pés tão presos ao chão. Sempre fui criticado por ser o único a pensar 'além do limite'.
Eu amo minha família, não me entenda mal. Acho que precisamos dizer isso seja qual for a situação. O amor deve ser compartilhado, incondicionamente, profundamente. Mas minhas costas estão sobrecarregadas. Acho que já se sentiu assim alguma vez. Penso que leva a vida ao menos um pouco como eu, senão, nem me importaria em ouvir sua opinião.
Você sumiu. Sinto sua falta. Talvez esse sentimento ganhe mais peso por você ser a única pessoa a passar pela minha vida deixando algo a mais. Sabia dizer aquilo que me fazia sobrepujar minhas ações, praticando, antes disso, o ato de pensar.
Como você está? O que tem feito? Aonde quer chegar? São perguntas que queria lhe fazer pessoalmente, mas você sabe que nunca fui bom com olhares próximos a mim.
Às vezes penso que quero chegar mais alto do que realmente posso. Ninguém vai me ajudar a conquistar tudo isso, é claro. Eu acredito em Deus, mas acredito mais ainda em mim. É que há momentos em que me sinto impotente. Alguns deles duram mais que o esperado.

Um dia você vai voltar?

Queria poder cumprir a promessa que te fiz um dia. Queria poder sentar ao seu lado, em frente a um lago reluzente, e decifrar o significado de tudo que aconteceu no meu dia. Conversamos tanto sobre isso, por isso tenho certeza de que sente essa vontade também.
Nunca tive a oportunidade, mas obrigado por ter me inspirado tantas vezes. Meus textos ficaram mais ricos depois que você passou pela minha vida.
Desculpa por ter exitado tantas vezes em falar com você. É o único remorso que tenho.
Depois de observar minha família, comecei a pensar mais sobre o que realmente eu quero ser para ela. Um exemplo? Algo a ser seguido por aqueles que possuem o mesmo ou até maior potencial que eu? Seria bom. Você sempre me mostrou que acredita que eu posso ser.
Enfim, posso agora expressar o que sinto. Sinto raiva, alegria, frustração. Todos os sentimentos possíveis estão amarrados em mim, pois sou humano, e como tal, não posso viver sozinho. Tenho que ter ao meu lado pessoas que façam tudo isso valer a pena. Dentre todas as opções que tinha, a que escolhi está lendo essas palavras nesse exato momento.
Continue sendo o elo que me mantém preso a este mundo, pois minha vontade de deixá-lo é muito grande."

segunda-feira, 16 de março de 2009

É apenas um rótulo

Vagando em pensamentos ele vê algo que deve compartilhar com mais alguém. Dá atenção a algo que muitos deixariam de lado por achar que não tem valor, não tem lógica.
Detalhes são míseros pontos de tinta que juntos criam uma obra de arte. Por tanto, são extremamente necessários. Tão necessários que fazem da vida uma dessas obras. Torná-la assim poderia ser tão fácil. Mas se fosse fácil, poderia se tornar comum, como alegria em saber que um salário vai aumentar, na tristeza de saber que não haverá mais como obtê-lo, na certeza de que um dia vamos morrer.
Tornar-se comum não é o caminho. De algum forma, dá pra ser diferente. Assim como Martin Luther King foi, assim como Kennedy poderia ter sido, assim como Sócrates tentou ser. Que seja com atitudes soberbas, que seja com atitudes mínimas. Tornar a vida plausível é chato, é desonesto. Tantas vezes você ouviu falar sobre o sistema e seus erros. Há mais alguém que acredita nisso, essa é a prova. Tantas vezes você tentou fazer suas próprias escolhas, tentou fazer com que elas parecessem um exemplo pra mais alguém, não foi?
E você desistiu...por que? Desistiu por opiniões de terceiros? Penso que não.
Desistiu por ter desistido primeiramente de você.
Acredite, você nunca vai ser tão grande como pensava que poderia. Ninguém é. O que dá pra ser? Diferente. Mas tentar ser diferente num mundo de casualidades é possível?
Poderia ter tentando, não poderia? E daí que um dia fique sozinho. A solidão é apenas mais uma aula chata de matemática que te obrigam a assistir e que dizem ser importante pra sua vida. E eles estão certos. Eles dizem que é na solidão que aprendemos a dar valor no que tínhamos. Até dá pra acreditar quando dizem isso. Mas se tínhamos, por que causar nostalgia quando lembramos que não temos mais? Porque é um outro sentimento necessário. Não se sabe se uma atitude assim realmente muda uma pessoa. E nem é esse o objetivo. Não é preciso mudar. É preciso ser igual, tornando-se diferente da massa. Você tem opnião própria, você fez sua cabeça quando sua mãe lhe deu o primeiro tapa por desrespeitá-la. Você é capaz de fazer jus ao seu nome. Mesmo que pra isso tenha que trocá-lo infinitas vezes.
Você entra em um bar e vê um cara reclamando da esposa enquanto bebe sua 3ª dose de whiskie. Olha pra ele e tenta imaginar o quanto ele está sendo incoerente. Ele poderia estar lá, cuidando dela e tentando fazê-la ver algo de bom nele - você diz. Segundos depois se senta, e começa a beber também. Mas você não tem problemas...ou tem?
Mesmo que você não seja tão aberto quanto o cara do bar, você pode demonstrar o mínimo de emoções para que alguém se importe com você. Ele com certeza saiu aliviado dali. Mas e você?
Enquanto escreve algumas palavras em um pedaço de guardanapo, tenta convencer sua mente a fazer o que acha que é certo. Pensa que acha porque seu corpo parece demonstrar isso, enquanto te faz engolir mais e mais mililitros de cerveja.
Volta pra casa tentando organizar seus pensamentos, que parecem tão surreais quanto essas palavras. Se os ouvissem, não saberiam o que dizer, com certeza. Mas comentários não são necessários. Sua vida já é previsível demais para ter curiosidade em saber quais são.
Apenas acorde no outro dia, vá ao trabalho e volte, para mais uma vez, sentar em seu sofá e tentar achar algum significado numa vida que desde muito antes já havia perdido todos os que vieram de brinde com o seu nascimento. E tudo isso porque você se recusou a tentar entender o significado de tudo à sua volta, fazendo com que palavras como essas soem demasiadamente confusas para aqueles que se parecem com você, para todos aqueles que são previsíveis.




"Apenas comece dizendo algo que faça isso tudo valer a pena ou vá embora."

quarta-feira, 11 de março de 2009

Confissões


É hora de me tornar independente. Com uma frase assim, começo de um jeito diferente mais um dos meus textos. Sempre gostei de participar como narrador da minha própria vida. Sempre que dizia algo sobre mim, o fazia com a ajuda da 3ª pessoa. E vou continuar a fazê-lo. É que às vezes bate uma vontade de falar diretamente com vocês, e acho errado não seguir esse instinto.
Pois bem, voltando ao assunto supracitado, chegou a hora de seguir meu caminho. Durante todo o tempo que estou vivo (o que para muitos pode ser pouco, sendo que o que me importa é a maneira com a qual o aproveitei), pude conhecer várias personalidades distintas, que me fizeram acreditar que o ser humano é sim o ser mais intrigante que existe.
Pessoas que me fazem pensar que não sou só eu que busca algo a mais nessa vida. Pessoas que sabem conversar da maneira que eu sempre conversei. Diziam tudo com um charme a mais, com algo escondido, algo a ser interpretado. Tudo contextualizado de diferentes formas.
A garota que vive em um mundo de fantasias e consegue aliá-lo ao real sem a menor dificuldade, mesmo sabendo que o segundo é o que, por muito, menos a interessa. Tem também a garota que encontra nos sentimentos o combustível necessário para analisar e tomar as rédias da sua vida de uma forma que sempre me admirou ao extremo. E o que falar do garoto que, mediante todas as opiniões contrárias, nunca desistiu do amor impossível que a cada segundo parecia mais real?
São apenas alguns exemplos de como a mente humana pode ser interessante.
Sabendo que minha busca tem potencial, como demonstrado por tais descobertas, vejo que é hora de me desprender daqui. A família é algo a ser preservado, sim. Mas a considero como a base para que um vôo maior seja realizado. É o que eles querem pra mim. Que eu chegue o mais alto possível.
Minha vida será baseada em exemplos como o daquelas 3 pessoas. Acredito que a habilidade que tenho e o prazer que sinto em escrever devem chegar um pouco mais longe. Tenho sonhos ambiciosos, porém, possíveis, e mesmo que não fossem, eu os tornaria. Tudo porque sei que o ser humano é capaz de maravilhas.
Claro que conheço o lado triste da nossa existência. Ainda vou conhecê-lo muito mais. É que pra mim é complicado não acreditar que algo melhor seja possível. Pode ser que um dia eu me encontre numa situação em que a crença em algo melhor seja mínima. Nunca se sabe. Mas eu torço para que nunca aconteça, pois a confiança que tenho em atitudes pequenos porém valiosas é prioridade pra mim.
Alguns buscam essa crença na religião, alguns no trabalho, alguns na própria família. Que seja. Não importa qual é o mecanismo utilizado. O que eu quero encontrar por aí são pessoas que sabem enxergar a beleza por trás da natureza humana.
Vários pensadores da antiguidade já tinham esse prazer, e tentavam ao máximo compartilhá-lo com o restante do mundo. Infelizmente, vários morreram por essa causa.
Talvez se cada um tentasse ganhar sabedoria e utilizá-la em benefício de sua própria existência, a soma de todas essas atitudes resultaria em um bem-estar geral. Mas acho que estou sendo muito otimista. E é exatamente isso que quero ser.
Daqui a alguns dias, receberei uma notícia importante, que pode ser crucial na mudança que pretendo realizar no meu presente.
É o tal impulso tomando conta de mim novamente. Com a ajuda dele, vou montando minha vida.
Impulsivamente eu decidi compartilhar alguns pensamentos com vocês, afinal, acho que outra característica não me caberia senão essa.
Só uma coisa não deixo de fazer. Mas acho que já deixei claro qual é a minha paixão.
Antes de me despedir, gostaria de lhe agradecer pelo selo Gaby. Ótimo poder contar sempre com a sua presença.
Até a próxima.
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Jimmy Carter.